Dominância Cerebral
Existe um ensinamento muito antigo que nos dá uma fórmula para garantir o sucesso nas comunicações, que diz:
“Trate as pessoas como VOCÊ GOSTARIA de ser tratado”.
Vamos, então, utilizar os conceitos da Teoria da Dominância Cerebral, para tentar comprovar a eficácia desse ensinamento.
Essa teoria se baseia na evolução das descobertas neurológicas ao longo de dois séculos, demonstrando que o cérebro humano é composto de dois
hemisférios com funções distintas e específicas.
No hemisfério esquerdo estão localizadas as funções relativas à lógica e à razão, enquanto que no direito se concentram as relativas à imaginação e à
emoção. Baseado nessas descobertas e respaldado pelos seus muitos anos de pesquisa em atividades de criatividade, motivação e produtividade, o professor
Ned Herrmann escreveu, em 1989, o livro “O Cérebro Criativo”, expondo a sua Teoria da Quadratividade Cerebral, segundo a qual o cérebro humano é
dividido em quatro quadrantes, cada um regendo funções e habilidades específicas, demonstrando que cada pessoa tem um quadrante predominante,
influindo na sua forma de pensar, se comportar e de se comunicar.
O Quadrante Superior Esquerdo rege a racionalidade, a lógica, a análise, o senso crítico e o raciocínio quantitativo. As pessoas com esse quadrante predominante são racionais, analistas, quantificam, são realistas, gostam de números, finanças e focam no funcionamento das coisas.
O Quadrante Superior Direito rege a criatividade, a imaginação, a intuição e os impulsos. As pessoas com esse quadrante predominante são criativas, dotadas de grande imaginação, tem idéias, são curiosas, conjecturam, se arriscam e quebram regras.
O Quadrante Inferior Direito rege as emoções, os sentimentos, a sociabilidade e a comunicação. As pessoas com esse quadrante predominante são
sentimentais, emotivas, sociais, comunicativas, falam bastante e gostam de ensinar.
O Quadrante Inferior Esquerdo rege a organização e o planejamento. As pessoas com esse quadrante predominante são organizadas, detalhistas, planejadoras, estabelecem procedimentos, são muito eficientes e cumpridoras de regras.
Todos nós possuímos os quatro estilos, em vários graus de intensidade, mas apenas um predomina, influindo na nossa maneira de pensar e na forma de se comportar.
A determinação do quadrante predominante é feita pela avaliação de testes e questionários específicos, onde a pontuação em cada quadrante é aferida,
demonstrando a dominância.
O resultado dos testes indicará, de forma gráfica ou descritiva, os pontos obtidos pelo entrevistado, como no exemplo abaixo:
Superior Esquerdo: 20
Superior Direito: 7
Inferior Direito: 5
Inferior Esquerdo: 7
Nesse caso, indicando o Quadrante Superior Esquerdo como predominante.
A Teoria da Dominância Cerebral pode ser usada em qualquer tipo de organização, para auxiliar na montagem de equipes mais equilibradas. Todas
as equipes precisam dos quatro estilos, sendo imperativo que as pessoas sejam colocadas nas funções que estejam de acordo com as suas características predominantes. Também pode (e deve) ser utilizada para tornar programas de motivação mais bem estruturados.
Na vida social a Dominância Cerebral também pode ser utilizada, pois o conhecimento da forma do comportamento das pessoas, com certeza, vai
propiciar um melhor relacionamento e minimizar atritos.
Com educação e treinamento, qualquer pessoa pode melhorar suas habilidades em qualquer quadrante, mas essa melhora, apesar de beneficiar a
capacitação, não chegará, até onde se sabe, a alterar o quadrante predominante.
Existem outras teorias correlatas, que também tratam do estudo e classificação dos tipos de personalidade e do comportamento, entre as quais se destacam a Metodologia DISC, a Tipologia Myers-Briggs e o Eneagrama.
Na internet pode ser facilmente encontrado farto material descritivo dessas teorias, assim como sites que se dedicam à aplicação de diversas formas de
testes para determinação dos tipos predominantes.
Agora, à luz do que acabamos de descrever e voltando à frase inicial deste texto, vamos avaliar até que ponto podemos seguir aquele ensinamento de
forma fiel e constante.
Se partirmos da hipótese, ainda que simplista e não necessariamente verdadeira, de que a população está igualmente distribuída entre os quatro
quadrantes, a única certeza que podemos ter é que, usando o velho ensinamento, estaremos acertando, efetivamente, somente quando estivermos
tratando com pessoas que sejam do nosso mesmo quadrante. Assim sendo, tratar as pessoas como nós gostaríamos de ser tratados, pode nos levar a errar
em até 75% das vezes.
Conhecendo a Teoria da Dominância Cerebral, e para garantir bons relacionamentos e uma boa comunicação, certamente seria melhor adaptar a frase para: “trate as pessoas como ELAS GOSTARIAM de ser tratadas”.
Vamos em frente!
Helio Guerra
Coodenador do Projeto Facelera
Quadrante Superior Esquerdo
INTJ
Setembro de 2021
